FRATERNIDADE ROSACRUZ in LUSITANIA Lusitano Centro Rosacruz Max Heindel Autorizado por The Rosicrucian Fellowship Rua de Cedofeita, 455 1º sala 8 * 4050-181 PORTO
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UMA PALAVRA AO SÁBIO
O fundador da Religião Cristã emitiu uma máxima oculta quando disse: “Quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Marcos 10:15). Todos os ocultistas reconhecem a imensa importância deste ensinamento de Cristo, e tratam de “vivê-lo” dia a dia. Quando uma nova filosofia se apresenta ao Mundo é
encarada de forma diferente pelas mais diversas pessoas. Algumas se apoderam avidamente de qualquer novo esforço
filosófico, procurando ver em que proporção ele serve de apoio
às suas próprias idéias. Para essas a filosofia em si mesma é
de pouca valia. Terá valor se reforçar as SUAS idéias. Se
a obra os satisfizer a esse respeito, adotá-la-ão entusiasticamente, a
ela aderindo com o mais desarrazoado partidarismo. Caso contrário,
afastarão o livro aborrecidos e desapontados como se o autor os tivesse
ofendido pessoalmente. Outras adotam uma atitude cética tão logo descobrem que a obra contém alguma coisa a cujo respeito nada leram nem ouviram anteriormente, ou sobre a qual ainda não lhes ocorrera pensar. E provavelmente repelirão como extremamente injustificável a acusação de que sua atitude mental é o cúmulo da auto-satisfação e da intolerância. Contudo, tal é o caso, e desse modo fecham suas mentes à verdade que eventualmente possa estar contido naquilo que rejeitam de imediato. Ambas as classes mantém-se na sua própria luz. Suas idéias
pré-estabelecidas os tornam invulneráveis aos raios da Verdade. A tal
respeito “uma criança” é precisamente o oposto dos adultos, pois não
está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a
tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua
ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem
opiniões preconcebidas nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente
ensinável. Encara todas as coisas com essa formosa atitude de
confiança a que denominamos “fé infantil”, na qual não existe
sombra de dúvida, conservando os ensinamentos que recebe até
comprovar-lhes a certeza ou o erro. Em todas as escolas ocultistas o aluno é primeiramente
ensinado a esquecer tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo
ensinamento, a fim de que não predomine o juízo antecipado nem o da
preferência, mas para que mantenha a mente em estado de calma e de
digna expectativa. Assim, como o ceticismo efetivamente nos cega para a
verdade, assim também essa calma atitude confiante da mente permitirá
à intuição ou “sabedoria interna” apoderar-se da verdade contida
na proposição. Essa é a única maneira de cultivar uma percepção
absolutamente certa da verdade. Não se pede ao discípulo que admita de imediato ser
negro determinado objeto que ele observou ser branco, ainda que se lhe
afirme. Pede-se-lhe sim que cultive uma atitude mental suscetível de
“admitir todas as coisas” como possíveis. Isto lhe permitirá
pôr de lado momentaneamente até mesmo aquilo que geralmente se
considera um “fato estabelecido”, e investigar se existe algum outro ponto de vista até então
não notado sob o qual o objeto em referência possa parecer negro.
Certamente ele nada considerará como fato estabelecido, porque
compreenderá perfeitamente quanto é importante manter a sua mente no
estado fluídico de adaptabilidade que caracteriza a criança.
Compreenderá com todas as fibras do seu ser que “agora vemos como em
espelho, obscuramente” e, como Ajax, estará sempre alerta, anelando
por “Luz, mais luz”. A grande vantagem dessa atitude mental quando se investiga determinado assunto, idéia ou objeto, é evidente. Afirmações que parecem positivas e inequivocamente contraditórias, e que causam intermináveis discussões entre os respectivos partidários, podem não obstante conciliar-se, conforme se demonstra em exemplo mais adiante. Só a mente aberta descobre o vínculo da concordância. Embora esta obra possa parecer diferente das outras, o autor solicitaria um auditório imparcial como base para julgamento subsequente. Se este livro for “pesado e achado em falta” o autor não se queixará. Teme unicamente um julgamento apressado e baseado na falta de conhecimento do sistema que ele advoga, caso em que o julgamento será “falho” por ter sido negada à obra uma “pesagem” imparcial. E deve acrescentar ainda: a única opinião digna de ser levada em conta precisa basear-se no conhecimento. Há mais uma razão para que se tenha muito cuidado ao
emitir um juízo: muitas pessoas têm suma dificuldade em retratar-se de
qualquer opinião prematuramente expressa. Portanto, pede-se ao leitor que suspenda suas opiniões,
de elogio ou de crítica, até que o estudo razoável da obra convença
do seu mérito ou demérito. O Conceito Rosacruz do Cosmos não é dogmático nem apela
para qualquer autoridade que não seja a própria razão do estudante. Não
é uma controvérsia. Publica-se com a esperança de que possa ajudar a
esclarecer algumas das dificuldades que no passado assediaram a mente
dos estudantes das filosofias profundas. Todavia, a fim de evitar equívocos
graves, deve ser firmemente gravado na mente do estudante que não há,
sobre este complicado assunto, qualquer revelação infalível que
abranja tudo quanto está debaixo ou acima do sol. Dizer que esta exposição é infalível seria o mesmo que pretender que o autor fosse omnisciente, quando até os próprios Irmãos Maiores nos dizem que, eles mesmos enganam-se às vezes nos juízos que fazem. Assim, está fora de qualquer discussão um livro que queira proferir a última palavra sobre o mistério do mundo, e
é intenção do autor desta obra apresentar apenas os ensinamentos mais
elementares dos Rosacruzes. A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo, e a tal respeito o autor adquiriu algum conhecimento durante os muitos anos que consagrou exclusivamente ao estudo do assunto. Pelo que pôde investigar por si próprio, os ensinamentos deste livro estão de acordo com os fatos tais como ele os conhece. Todavia, tem a convicção de que o Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre este assunto e de que, à medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que, antes, só víamos “como em espelho, obscuramente”. Ao mesmo tempo crê firmemente que todas as outras filosofias do futuro seguirão as linhas mestras desta filosofia, por lhe parecerem absolutamente certas. Ante o exposto, compreender-se-á claramente que o autor não
considera esta obra como o Alfa e o Omega, ou o máximo do conhecimento
oculto. Embora tenha por título “O Conceito Rosacruz do Cosmos”,
deseja o autor salientar com firmeza que esta filosofia não deve ser
entendida como uma “crença entregue de uma vez para sempre” aos
Rosacruzes pelo fundador da Ordem ou por qualquer outro indivíduo. Convém
enfatizar que esta obra encerra apenas a compreensão do autor
sobre os ensinamentos Rosacruzes relativos ao mistério do mundo,
revigorados por suas investigações pessoais nos mundos internos a
respeito dos estados antenatal e post-mortem do homem, etc.. O autor tem
plena consciência da responsabilidade em que incorre quem, bem ou mal,
guia intencionalmente a outrem, desejando ele precaver-se contra tal
contingência e também prevenir aos outros para que não venham a errar. O que nesta obra se afirma deve ser aceito ou rejeitado pelo leitor segundo o seu próprio critério. Pôs-se todo o empenho em tornar compreensíveis os ensinamentos e foi necessário muito trabalho para poder expressá-los em palavras de fácil compreensão. Por tal motivo, em toda a obra usa-se o mesmo termo para expressar a mesma ideia. A mesma palavra tem o mesmo significado em qualquer parte. Quando pela primeira vez o autor emprega uma palavra que expressa determinada ideia, apresenta ele a definição mais clara que lhe foi possível encontrar. Empregando as palavras mais simples e expressivas, o autor cuidou constantemente de apresentar descrições tão exatas e definidas quanto lhe permitia o assunto em apreço, a fim de eliminar qualquer ambiguidade e para apresentar tudo com clareza. O estudante poderá julgar em que extensão o autor logrou o seu intento. Entretanto, tendo-se esforçado o possível para sugerir as ideias verdadeiras, considera-se também na obrigação de defender-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como uma exposição literal dos ensinamentos Rosacruzes. Sem esta recomendação este trabalho teria mais valor para alguns estudantes, mas isto não seria justo nem para a Fraternidade nem para o leitor. Poder-se-ia manifestar certa tendência para atribuir à Fraternidade a responsabilidade dos erros que neste trabalho, como em toda obra humana, possam ocorrer. Daí a razão desta advertência. Durante os quatro anos decorridos, desde que foram escritos os parágrafos anteriores, o autor continuou suas investigações nos mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses reinos da natureza, o que se consegue mediante a prática dos preceitos ensinados pela Escola de Mistérios do Ocidente. Outros que também seguiram o método de desenvolvimento anímico aqui prescrito, e particularmente apropriado aos povos ocidentais, de igual modo foram capazes de constatar por si mesmos muitas das coisas expostas nesta obra. Deste modo o autor teve certa confirmação do que compreendera dos ensinamentos ditados pelos Irmãos Maiores, parecendo-lhe que os mesmos foram substancialmente corretos, pelo que julga-se no dever de dar esta explicação para que sirva de estímulo aos que ainda não são capazes de ver por si próprios. Seria mais exato dizer que o corpo vital é formado por prismas
em vez de pontos, posto que, refratando-se através desses minúsculos
prismas é que o fluído solar incolor muda para um tom rosáceo, tal
como outros escritores, além do autor, têm indicado. Fizeram-se outras novas e importantes descobertas. Por exemplo: sabemos agora que em cada vida nasce um novo Cordão Prateado; que uma parte do mesmo surge do átomo-semente do corpo de desejos, situado no grande vórtice do fígado; que a outra parte surge do átomo-semente do corpo denso, no coração; que as duas partes se encontram no átomo-semente do corpo vital no plexo solar, e que esta união dos veículos superiores com os inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento ulterior do Cordão entre o coração e o plexo solar, durante os primeiros sete anos, tem importante relação com o mistério da infância, assim como o seu maior desenvolvimento, do fígado ao plexo solar, que ocorre no segundo período setenário, é fator contribuinte para a adolescência. A formação total do Cordão Prateado marca o fim da vida infantil. A partir desse momento a energia solar que entra pelo baço, e que se cobre pela refração através do átomo-semente prismático do corpo vital situado no plexo solar, começa a dar um colorido individual e característico à aura que observamos nos adultos.
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